O bombardeio de informações e de signos que nós sofremos hoje, não é o reultado de uma ideologia, nem de uma pesquisa desenvolvida a partir de insatisfações. Ao contrário, ela cria insatifações e depressões. Sofremos um bombardeio, de fora para dentro, dentro da consciência, sem possibilidade de defesa ou recurso. Estes signos estão longe de um real - do meu real- impondo um ideal, irreal. Eles são a afirmação de uma realidade construída artificialmente, uma realidade que deforma o real, o sentido do real, o sentido dos objetos, das palavras; uma realidade que deforma nossos corpos e nadifica nossas consciências.3 Estas imagens pululam, invadem, esbanjam saúde e imortalidade, estão por toda parte e tornam-se parte do que creio existir e que o espelho arranca, deixando a ferida exposta: eu, ser a-normal, de-formada, mal-humorada, estressada e infelizmente real.3