Segundo
Marcuse, e segundo Leo Lowenthal, citado por Marcuse, seria necessário
criar uma arte mais real, isto é, "criar um mundo fictício
que fosse mais real que a realidade ela-mesma."
12
E é exatamente isto que a arte que apresenta o horror vem fazendo, pois
este mundo fictício, este mais real do que a realidade ela-mesma, sou
eu, eu que não existo, que fui "reduzida ao silêncio"
13
, eu que não correspondo aos padrões estabelecidos, que não
circulo na mídia, eu frustrada pela impossibilidade de atingir o que
a "mídia me prometeu."
14